31.3.10

Minhas comunidades incompreendidas

Tive problemas com a publicação dessa postagem, sinto pela falta de padronização.

O Orkut pra mim é quase inútil, eu nem gosto dele. Mas às vezes eu quero participar de comunidades que não existem lá, ou pelo menos não como eu quero. Então faço o que é mais óbvio e simples: crio. Mas quase sempre uma comunidade nova é inevitavelmente acompanhada pelo desprestígio. Ou pelo menos comigo é assim. Abaixo uma lista de todas as minhas comunidades, compreendidas ou não.


Aristóteles estava errado: Eu reconheço que somos produtos do meio e que os grandes pensadores da antiguidade contribuíram muito para o nosso conhecimento atual. Mas algumas coisas são completa burrice. Nessa comunidade eu citos os principais erros de Aristóteles com destaque para: "o peso do corpo influencia na velocidade da queda". Uma afirmação tão séria e comprometedora, mas que pode ser empiricamente negada de forma muito simples. E Aristóteles tinha sim meios pra isso.

Sucesso: Relativamente muito baixo com quase todos os membros ligados diretamente a mim. Tem uma garota que eu nunca vi na vida e entrou espontaneamente na comunidade.


Eu corro ao crepúsculo: Não encontrei no Orkut nenhuma comunidade específica para a corrida nessa hora do dia. Aqui eu apenas declaro a preferência pelo pôr-do-sol na hora de correr, por motivos variados.

Sucesso: Baixo mas com sinceridade da parte de muitos membros, como Lis Hermana, que foi quem me introduziu na corrida ao crepúsculo. Um membro completamente espontâneo, mas suspeito muito dele.


Sou do Jequi e não passo fome: Enfim o sucesso chegou pra mim. Com 755 membros até a publicação dessa postagem, essa comunidade reflete não só a minha indignação, mas a de todos os que moram no ou são do Vale do Jequitinhonha. Conhecido como uma das regiões mais pobres do Brasil, graças a estereótipos e generalizações indevidas da mídia tendenciosa.

Sucesso: Grande, com muitos membros espontâneos, graças, principalmente, ao esforço da coproprietária na divulgação.


O Pé de Ceriguela & Eu: Uma comunidade tão louca e específica que me supreende haver membros além de mim. E todos espontâneos, eu não divulguei a comunidade de forma direta pra nenhum membro. Criei ela por causa de uma história cabulosa que aconteceu comigo em cima de um pé de ceriguela, tão cabulosa que não pode ser contada aqui.

Sucesso: Baixo mas espontâneo.


Se mata, Breno!: Pode parecer ofensiva, mas essa comunidade é da paz. E foi aprovada pelo prórpio Breno que gostou muito da enquete Quem tem o melhor moicano? Criei ela pois considero Breno um cara excessivamente dramático e que deve praticar os exercícios do relaxamento e da despreocupação.

Sucesso: Grande, considerando que é dirigida a um público altamente específico.


Eu gosto da fruta!: Essa é a minha comunidade mais incompreendida. Foi acusada de ser gay por seu único ex-membro. Eu simplesmente usei uma expressão comum com uma conotação sexual em seu sentido literal pra dizer o quanto eu gosto de frutas. Usei uma linguagem sexual apenas para manter o raciocínio. Mas ela se refere apenas a gostos alimentícios.

Sucesso: Inexistente.


Meu pomo-de-adão: Quando eu era mais novo sempre quis ter meu próprio pomo-de-adão, e agora que tenho devo comemorar. Não sei porquê, mas gosto muito dessa parte do corpo.

Sucesso: Inexistente.


Bem, essas são as minhas comunidades. Mas o insucesso não me assusta. E com certeza criarei mais se surgirem ideias inovadoras.

21.3.10

Peidando pelo Toba ou A Pingola do Gato

As aulas de Biologia são sempre riquíssimas. O professor é um mestre a ser idolatrado. Mas eu tive sim uma decepção numa dessas aulas. O caso foi o seguinte: Um assunto sempre puxa o outro, é inevitável, e eis que o professor diz que algumas mulheres expelem gases pela vagina, falou inclusive que podem apagar uma vela se quiserem. Aí eu falei, inocente:
-- Ah que interessante, então elas peidam pelo toba. -- Não que eu use palavrões constantemente, mas eu quis ser cômico.
-- Não, elas peidam pelo picha. Todo o mundo peida pelo toba.
-- Pelo picha? Por que todo o mundo peida pelo toba? E os homens?
-- O que você pensa que é toba? Toba é a parte de trás, seu besta.
o_O Meu mundo caiu. Que decepção! Tipo, Papai Noel não existe? Eu sempre pensei que toba fosse um nome desagradável pro órgão feminino. Mas eu não ia derrubar minhas convicções assim tão facilmente.
-- Professor, o que é toba?
-- Toba...?
-- É a parte de trás ou a parte da frente?
-- De trás...
Ah, não! Mas tudo bem, não me conformei e pesquisei no Google.

Definições de toba na internet:

Ah, que merda! Mas, afinal, todos têm decepções na vida...
E pra piorar a minha colega ainda conta uma história, de que a gata dela tinha sido estuprada.
-- Como assim sua gata foi estuprada? Como uma gata pode ser estuprada?
-- Eu ouvi uns berros e corri pra ver. Quando eu cheguei tinha um gato em cima dela, e ela tava toda arranhada e sangrando. Ela era um filhotinho ainda.
Aí eu lembrei de um casal de gatinhos que eu tinha. A mãe deles morreu pouco depois do parto e eu os adotei. Eles eram horríveis e tinham uns olhos enormes, mas mesmo assim eu os amava. Mas havia uma peculiaridade no relacionamento deles. Eles sempre ficavam juntinhos e eu ouvia uns barulhos estranhos de sucção. Quando me aproximei para averiguar, vi que a fêmea estava chupando a pingola do macho. Chupando mesmo, e com vontade. E coitado do macho, caçou uma pingola pra chupar também e não achou. Aí ele viu o pescoço da irmã e começou a chupar. Isso tudo de saudade da teta da mãe. A pingola do bichinho ficou muito inchada e eu tinha muita dó de deixar os dois juntos.
Não sei se foi trauma, mas depois de adulto esse gato virou gay. É verdade, ele era homossexual. Tinha até um namorado: um gatão preto que ficava rondando a minha casa. Teve uma vez que eles até brigaram e meu gato entrou em casa correndo.
Esse comportamento é muito comum no reino animal, muito mais do que se imagina. Mas depois eu descobri que era alérgico a gatos e não pude mais tê-lo. E isso foi até bom, porque eu também percebi que odeio gatos.
E a partir de agora, odeio tobas também.

6.3.10

O vencedor está só


Bobo, essa é a melhor palavra para caracterizar o último livro de Paulo Coelho. São 400 páginas da mais pura tolice, cuja conclusão da leitura é uma grande vitória. Não por sua dificuldade, que aliás não existe. É uma leitura bem fluente e muito fácil, fácil demais.
São 24 longas horas durante o festival de cinema de Cannes. Um retrato distorcido, que beira a teoria da conspiração, da vida das pessoas famosas e poderosas (ou da Superclasse, como diz o autor), e também dos que dão tudo para fazer parte desse mundo. Uma crítica ao culto à imagem, à idolatria e a tudo o que há de vazio na vidinha de aparências daqueles que atingiram a fama. O que seria uma crítica levemente interessante (apesar de ser clichê), se não fosse pelo fato de ser perceptível em cada um dos capítulos, de uma forma absurdamente repetitiva.
Paulo Coelho se esquece de que ele também faz parte da "Superclasse", mas talvez ele se julgue imune a todo esse mal que acomete esse tipo de gente. Ele passou sua juventude inteira almejando o status de best-seller, como personagens de seu livro que são capazes de vender um rim para se tornarem modelos. Ele usou pessoas, fez promessas, se envolveu com deuses e diabos, tudo para ser um dia um escritor bem sucedido. Hoje Paulo Coelho é endeusado, principalmente no exterior, mas talvez ele seja o escritor brasileiro mais odiado pela crítica nacional.
Nesse livro um assassino estúpido mata por razões mais estúpidas ainda, pra no final acabar sendo tudo em vão. Atitudes falsas e artificiais movem os personagens. Mudanças de foco desconexas, numa sequência cronológica confusa e difícil de engolir. Enfim, um romance risível.
Há tanta literatura nesse livro de Paulo Coelho quanto num pôster do Simple Plan que eu tenho na minha parede. Mas talvez o pôster seja mais literário. Na camiseta do guitarrista Sébastien Lefebvre há a frase I'm someone else ( Eu não sou eu). Um esboço de um bom poema paradoxal.
Entre o aforismo dos roqueiros e romance massificado de Coelho não é difícil optar por um. Não mesmo.
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