Hoje na aula de Produção de Texto me pediram para produzir um texto. Absolutamente surpreso com o pedido, não produzi o texto, porque acho que nas aulas de hoje, com essa nova educação interdisciplinar, as disciplinas estão perdendo muito da sua própria essência, não é? Daqui a pouco vão estar me pedindo pra calcular nas aulas de Matemática e pra filosofar nas aulas de Filosofia. Não me acostumo mesmo com essas novidades, eu tenho uma cabeça muito arraigada aos princípios, sabe. A minha avó está aqui em casa e ficamos ambos perplexos quando vimos hoje na TV uma mulher jogando sinuca. Mas voltando à aula, eu realmente não produzi o texto, que devia ser sobre os jovens de hoje, porque preferi discutir com meus colegas sobre o assunto, discutir é eufemismo, já que monopolizei a conversa; mas enfim, tenta-se. Essa proposta é muito metalinguística pois é o jovem falando do próprio jovem, pensando nessa linha bastava que eu escrevesse sobre minha própria vida. Mas eu não sou o único jovem no mundo, ou seja, preciso pensar em linhas gerais. Só que não tão gerais, diminua mundo para Brasil, vamos tratar apenas do jovem nacional. Bem, quem são os jovens? Qual a idade mínima e a máxima pra se ser considerado um jovem? Naqueles textinhos inspiradores que eles sempre dão, aliás muito ilusórios esses em questão, considera-se o jovem com uma idade média entre 15 e 24 anos, tudo bem. Deixe-me agora expor minha análise. Os jovens hoje tentam (ou os jovens sempre tentaram) se encontrar dentro de si próprios, mas eles são seres em transformação fervilhante e se encontrar nesse caso torna-se mais difícil que o normal. Aproveitando-se desse momento frágil a indústria capitalista entra com uma coisa chamada moda, que puxa uma linha longa com a mídia e reflete tendências. Já que não se viram dentro de si, os jovens veem aí uma boa oportunidade para acharem-se e seguem essa indústria como ratos hipnotizados seguem o flautista mágico. Um outro grupo de jovens, analisando mal esse sistema, começa uma contracultura da moda que serve apenas para alimentá-la ainda mais. Eles odeiam a banda R e o livro C apenas porque eles são a banda R e o livro C, e não percebem que estão se tornando aquilo que criticam e não se diferem em nada dos seus criticados. Mas ainda há aqueles jovens que sabem que não estão invulneráveis a nada, nem à moda, muito menos à contramoda-moda, mas eles fazem o que é de mais sensato, que é serem indiferentes a isso. Surge aí outra indústria também capitalista, mas com um viés mais artístico, já que na moda e na contramoda-moda perde-se um pouco de qualidade. Essa indústria não é seguida por ninguém, já que os jovens que a apreciam, mesmo não tendo se encontrado dentro de si, sabem que não é nos outros que farão isso, e aí temos a juventude resgatada, aquela que é despreocupada, inconsequente, alegre e, essencialmente jovem.
É claro que essa visão é generalizada e simplificada, aí dentro incontáveis outras tendências são encontradas e coisas muito mais complexas para se debater em textos de autores amadores também. Mas é o que eu disse, tenta-se. Abaixo eu postei um vídeo de um trabalho também de Produção de Texto, cujo tema era Texto em vídeo e o gênero escolhido por nós foi o videoclipe. Espero que gostem.
É claro que essa visão é generalizada e simplificada, aí dentro incontáveis outras tendências são encontradas e coisas muito mais complexas para se debater em textos de autores amadores também. Mas é o que eu disse, tenta-se. Abaixo eu postei um vídeo de um trabalho também de Produção de Texto, cujo tema era Texto em vídeo e o gênero escolhido por nós foi o videoclipe. Espero que gostem.
Videoclipe - Down from Paulo Henrique Paulino on Vimeo.
Ah, eu disse que os textinhos inspiradores eram ilusórios porque eles diziam que os jovens nunca foram tão voluntários e nunca se preocuparam tanto com questões como educação e saúde. Realmente devem existir esses animais em extinção. Mas fala sério, a única coisa voluntária que a maioria dos jovens faz hoje em dia é punheta e siririca. A verdade é dura.