Depois de três postagens falando sobre o mesmo assunto, podemos considerar que estou numa onda política (e roxa). Então tá, vou continuar nela. Pra mim política é por demais importante. E como ela diz respeito ao povo e trata dele como seu ponto central, é lamentável que o povo não se interesse muito por ela. Mas isso não é culpa deles, pelo menos não só deles; a culpa é nossa. Eu tenho uma opinião política muito sonhadora, admito. Sou um esquerdista que está desiludido com a esquerda. Talvez quando eu disse "esquerdista" você tenha feito uma careta, ou se não entende o que a palavra quer dizer, isso significa que eu sou socialista. Agora sua careta talvez tenha sido mais feia ainda. Mas tudo bem, fazer a careta não é o problema; o problema é fazê-la sem saber o porquê. Por que eu fiz careta, meu Deus? São questões como essa que fazem muita falta na nossa vida, questionar-se assim faria toda a diferença.
Nós, desde que temos capacidades cognitivas suficientes para compreender o mundo, temos a visão de que o socialismo é uma pobreza generalizada, onde jamais poderemos ter aquilo que queremos, onde nossos sonhos não têm vez. O mundo tem donos, e os donos do mundo nem sabem disso, porque herdaram o mundo de seus pais, que o herdaram de seus avós e a consciência se perdeu. Assim como a consciência do povo, que também herdou algo: o fato de serem subalternos, de estarem abaixo, na base da pirâmide. Mas se é uma pirâmide, sem base não há topo. Então o povo assume um papel crucial na hierarquia de posses: sustenta o mundo.
Nossa natureza é egoísta, a posse nos fascina, queremos ter dinheiro, queremos ser ricos, queremos explorar e exploramos sem saber. Exploramos nossos semelhantes. Quando vejo um mendigo, isso me abate. Imagina que enquanto ele está ali, tem um bilionário dando alguns milhões num carro velho num leilão. Aí esse mendigo, por alguma razão melhora de vida, passa a ganhar um salário mísero e uma ajuda do governo e sai agradecendo aos céus, dizendo que seu país o ama. Ama nada, besta. Seu país não tem sentimentos, mas os donos dele têm, e eles não te amam. Em comparação ao que era, isso pode até ser bom, mas em comparação ao que poderia ser, não é. O mundo é rico, dinheiro há. Ele só não é bem distribuído.
Eu sou esquerdista, porque acredito que podemos ser mais felizes se soubermos controlar nossa natureza mais primitiva e individualista e sermos mais solidários, vivendo num mundo onde não há diferença, onde todos são iguais e ninguém explora ninguém. Mas um país socialista hoje não tem a mínima condição de se manter com sua potência plena, porque os donos do mundo não deixam. A mudança não é da noite pro dia, ela é gradativa, um processo da evolução intelectual humana. Não há porque haver donos pro mundo, ele já estava aqui quando chegamos e ainda estará aqui quando partirmos. Isso pode parecer teoria da conspiração (e os donos do mundo querem que isso pareça), mas conspiração é 50% da riqueza mundial estar nas mão de 2% da população, é haver milhões de crianças morrendo de desnutrição ao nascer e outras milhões que não chegam à idade adulta. É triste, mas pior do que isso é saber que tem solução, mas nada se soluciona.
P.S.: Estou desiludido com a esquerda porque todos os governos esquerdistas até hoje tiveram um viés autoritário. Acho plenamente possível haver esquerda democrática, onde as posições são respeitadas e há absoluta liberdade. Talvez um dia isso aconteça. Por enquanto, vivo na esperança.
Nós, desde que temos capacidades cognitivas suficientes para compreender o mundo, temos a visão de que o socialismo é uma pobreza generalizada, onde jamais poderemos ter aquilo que queremos, onde nossos sonhos não têm vez. O mundo tem donos, e os donos do mundo nem sabem disso, porque herdaram o mundo de seus pais, que o herdaram de seus avós e a consciência se perdeu. Assim como a consciência do povo, que também herdou algo: o fato de serem subalternos, de estarem abaixo, na base da pirâmide. Mas se é uma pirâmide, sem base não há topo. Então o povo assume um papel crucial na hierarquia de posses: sustenta o mundo.
Nossa natureza é egoísta, a posse nos fascina, queremos ter dinheiro, queremos ser ricos, queremos explorar e exploramos sem saber. Exploramos nossos semelhantes. Quando vejo um mendigo, isso me abate. Imagina que enquanto ele está ali, tem um bilionário dando alguns milhões num carro velho num leilão. Aí esse mendigo, por alguma razão melhora de vida, passa a ganhar um salário mísero e uma ajuda do governo e sai agradecendo aos céus, dizendo que seu país o ama. Ama nada, besta. Seu país não tem sentimentos, mas os donos dele têm, e eles não te amam. Em comparação ao que era, isso pode até ser bom, mas em comparação ao que poderia ser, não é. O mundo é rico, dinheiro há. Ele só não é bem distribuído.
Eu sou esquerdista, porque acredito que podemos ser mais felizes se soubermos controlar nossa natureza mais primitiva e individualista e sermos mais solidários, vivendo num mundo onde não há diferença, onde todos são iguais e ninguém explora ninguém. Mas um país socialista hoje não tem a mínima condição de se manter com sua potência plena, porque os donos do mundo não deixam. A mudança não é da noite pro dia, ela é gradativa, um processo da evolução intelectual humana. Não há porque haver donos pro mundo, ele já estava aqui quando chegamos e ainda estará aqui quando partirmos. Isso pode parecer teoria da conspiração (e os donos do mundo querem que isso pareça), mas conspiração é 50% da riqueza mundial estar nas mão de 2% da população, é haver milhões de crianças morrendo de desnutrição ao nascer e outras milhões que não chegam à idade adulta. É triste, mas pior do que isso é saber que tem solução, mas nada se soluciona.
P.S.: Estou desiludido com a esquerda porque todos os governos esquerdistas até hoje tiveram um viés autoritário. Acho plenamente possível haver esquerda democrática, onde as posições são respeitadas e há absoluta liberdade. Talvez um dia isso aconteça. Por enquanto, vivo na esperança.