Um cão é realmente a melhor companhia que se pode ter. Talvez se falassem não poderiam ser melhores. É bom estar perto deles, silenciosos, serenos e sempre companheiros. É bom brincar com eles e correr com eles; ensiná-los truques e dar um petisco quando te olham com aquela cara de pidão, ou dar um afago quando te olham com a mesma cara de pidão. Ter um cão é como ter um filho, você precisa cuidar, amar, alimentar, vacinar; a diferença é que quando você chama seu cão ele vem, e quando você chama seu filho ele diz "Já tô indo" ou "Peraí".
Recentemente a minha cadela teve bebês e eu pude multiplicar a sensação de ter um cão por nove. Nove bolinhas de pelos cegas se arrastando e miando (porque eles miam quando nascem) em busca da teta da mãe. Mãe de primeira viagem; ela pariu no quintal e levou os filhotes pro meio de umas galhas da goiabeira que tinha sido podada. E deu bastante trabalho pra mudá-los de lugar, já que ela sempre os trazia de volta; até que ela própria percebeu que a caminha que eu fiz era melhor que um monte de galhas secas ao sol.
E eu também era um dono de primeira viagem. Quando cheguei da escola 1h da tarde, havia três; e eu achei que fosse parar por aí, mas de repente vi ela se agachando e uma bolsa negra saindo de dentro dela, aí ela comeu isso e pegou pela boca uma criaturinha esperneante. Esse foi o único parto que eu presenciei; e quando saí para o segundo turno das aulas às 3h30 já havia nascido mais um. Quando cheguei a família já estava completa. O trabalho de parto durou ao todo mais de sete horas.
Eu fiquei muito bobo, acho que é essa a sensação quando se tem um filho, sei lá. Tinha um que nasceu muito pequeno e magro, ele cabia na palma da minha mão, e eu cuidava sempre pra que ele mamasse direitinho. Ele ficou forte e saudável e eu acabei me apegando a ele. Na verdade me apeguei a todos. Nove monstrinhos correndo atrás de você e fazendo do seu quintal um campo-minado. Hoje só tem quatro aqui comigo, eles já estão com mais de 40 dias e precisam ir pros seus novos lares. Não teria coragem de vender nenhum, sempre achei isso um absurdo, vender uma vida, ainda mais uma vida tão importante como a de um cão. Dei todos para pessoas que sei que cuidarão bem. Dá saudade, mas simplesmente não dá pra sustentar 10 cães de grande porte aqui em casa, ninguém ia aguentar. Fiquei com um. Por mim teria ficado com o pequeno, que eu chamava de Besouro por causa dos olhos dele; mas meus dois irmãos escolheram o maior e mais bonito, e como eles são mais novos, não quis caçar briga.
Enfim, pra mim ter um cão é muito bom, ter dois pode ser melhor. Mas eles são bichos que precisam de atenção e cuidado, por isso não é qualquer um que está apto a tê-los, e não é à toa que inúmeros vira-latas são marginalizados nas ruas. Um cão não é um brinquedo, que você larga num canto depois que cansa de brincar. Ele é acima de tudo, alguém como eu e você, ou talvez até melhor.
P.S.: O título da postagem se deve a uma garota da minha escola que tem esse nome bonito. Um dia estávamos na biblioteca e a colega dela chamou "Nohanna, vamo logo que o professor já tá na sala!" e elas saíram num desespero. Talvez eu esteja fazendo um drama exagerado, tendo que limpar as belas obras que esses bichos fazem, alimentá-los, vermifugá-los, enfim. Acho que já dá pra fazer uma novela mexicana. Vou chamar Jane Carmen para o papel principal.
Recentemente a minha cadela teve bebês e eu pude multiplicar a sensação de ter um cão por nove. Nove bolinhas de pelos cegas se arrastando e miando (porque eles miam quando nascem) em busca da teta da mãe. Mãe de primeira viagem; ela pariu no quintal e levou os filhotes pro meio de umas galhas da goiabeira que tinha sido podada. E deu bastante trabalho pra mudá-los de lugar, já que ela sempre os trazia de volta; até que ela própria percebeu que a caminha que eu fiz era melhor que um monte de galhas secas ao sol.
E eu também era um dono de primeira viagem. Quando cheguei da escola 1h da tarde, havia três; e eu achei que fosse parar por aí, mas de repente vi ela se agachando e uma bolsa negra saindo de dentro dela, aí ela comeu isso e pegou pela boca uma criaturinha esperneante. Esse foi o único parto que eu presenciei; e quando saí para o segundo turno das aulas às 3h30 já havia nascido mais um. Quando cheguei a família já estava completa. O trabalho de parto durou ao todo mais de sete horas.
Eu fiquei muito bobo, acho que é essa a sensação quando se tem um filho, sei lá. Tinha um que nasceu muito pequeno e magro, ele cabia na palma da minha mão, e eu cuidava sempre pra que ele mamasse direitinho. Ele ficou forte e saudável e eu acabei me apegando a ele. Na verdade me apeguei a todos. Nove monstrinhos correndo atrás de você e fazendo do seu quintal um campo-minado. Hoje só tem quatro aqui comigo, eles já estão com mais de 40 dias e precisam ir pros seus novos lares. Não teria coragem de vender nenhum, sempre achei isso um absurdo, vender uma vida, ainda mais uma vida tão importante como a de um cão. Dei todos para pessoas que sei que cuidarão bem. Dá saudade, mas simplesmente não dá pra sustentar 10 cães de grande porte aqui em casa, ninguém ia aguentar. Fiquei com um. Por mim teria ficado com o pequeno, que eu chamava de Besouro por causa dos olhos dele; mas meus dois irmãos escolheram o maior e mais bonito, e como eles são mais novos, não quis caçar briga.
Enfim, pra mim ter um cão é muito bom, ter dois pode ser melhor. Mas eles são bichos que precisam de atenção e cuidado, por isso não é qualquer um que está apto a tê-los, e não é à toa que inúmeros vira-latas são marginalizados nas ruas. Um cão não é um brinquedo, que você larga num canto depois que cansa de brincar. Ele é acima de tudo, alguém como eu e você, ou talvez até melhor.
P.S.: O título da postagem se deve a uma garota da minha escola que tem esse nome bonito. Um dia estávamos na biblioteca e a colega dela chamou "Nohanna, vamo logo que o professor já tá na sala!" e elas saíram num desespero. Talvez eu esteja fazendo um drama exagerado, tendo que limpar as belas obras que esses bichos fazem, alimentá-los, vermifugá-los, enfim. Acho que já dá pra fazer uma novela mexicana. Vou chamar Jane Carmen para o papel principal.
Você disse muito bem: "Ele é acima de tudo, alguém como eu e você, ou talvez até melhor."
ResponderExcluirAdoro cachorros!
A minha última faleceu (com 11 anos) há dois anos atrás... Uma pequinês linda que cresceu junto comigo, mas que sempre elegeu minha mãe como sua verdadeira dona. Eu só era o cara que ela brincava de vez em quando... Ainda hoje tenho saudades e sonho com ela! E o que me dói muito é que não estava na casa dos meus pais quando ela se foi!
Sou doido pra ter um, mas apartamento + cachorro não combinam muito! Queria na verdade ter uma casa grande e vários ou abrir uma ONG para ajudar os mal tratados e que vivem na rua.
Quem sabe um dia...
Tenho a impressão que esse foi o seu texto mais longo...^^
ResponderExcluirE eu li até o fim porque fiquei imaginando os cachorrinhos andando pelo quintal.
De que raça eles são?
Tenho três demônios encarnados em corpos de cachorro. Eles são terríveis, terríveis. O mais engraçado é esse sentimento que cachorro produz nas pessoas; todo mundo fica com vontade de contar algum caso, bate uma saudadezinha dos que já se foram e, no meu caso, uma mão formigando para ir lá e afagar um amontado de pelos macios que depois (e com toda a certeza) irá me morder.
ResponderExcluirse esses filhotes forem vira-latas vou simpatizar ainda mais.
Aceito sua proposta de trabalho.
ResponderExcluirHushaushauh
Saudade do Titã...
Quero um cachorro.
Me fez lembrar minha infância.
ResponderExcluirHoje em dia são 2 cadelas na minha casa, infelizmente o meu morreu, sobraram as que as minhas irmãs ganharam, que na verdade é da família toda. Meu sonho mesmo é ter um labrador, mais por não ter quintal na minha casa a minha mãe nem gosta de pensar na idéia.
Belo post man!
Abraço!
Ah,eles são vira-latas (é que você citou que a cadela é grande..). Lembrei do que minha mãe disse um dia: "vira-latas são mais afetuosos" (eu não sei...mas, os vira-latas que já tivemos, nós , aqui de casa, eram todos de uma docilidade incrível..).
ResponderExcluirEnfim, você falou de tutorias...eu sei que tem...Só estou me fazendo de durona e aprendendo a desenhar "por conta própria". Ah,sim, os personagens (masculinos) de mangás para garotas tem uma aparência andrógina para que o achem bonitos. Nesse caso, eu não abro mão da estética. Desenhos tem que ser bonitos pra mim =). O que não é desculpa para mangás para garotos terem personagens feios (vide One Piece e Dragon Ball) hehe.
Dá uma olhada nesse texto pra mim?
http://emyhouse.blogspot.com/2008/08/o-caso-em-soul-city-1-parte.html
Aquela foi uma tentativa de conto policial (que não deu muito certo, a princípio). Mas,enfim,como toda a minha escrita é um experimento...
ResponderExcluir(eu aceito sua sugestão quanto ao nome...).
P.S.: Se um dia se interessar pelo gênero, recomendaria a leitura de dois escritores que gosto muito: Edgar Allan Poe e Stephen King.
;)
É como você disse lá no blog, o buraco é mais embaixo, eu não sei exatamente qual vai ser o ponto da virada, é difícil tomar uma atitude até pra quem importa, imagina necessitar do apoio de quem não dá a mínima.
ResponderExcluireu ganhei um cão esse ano...
ResponderExcluirele ainda rói as minhas meias...
e eu deixo ainda por cima...
kkkk
adorei o texto!
Minha cadela deu 11 filhotes, ela é uma labradora fabulosa. Vendi cada filhote por 450,00, multiplicando por 11 deu um belo dindin. No ponto do seu texto referente à venda de vidas acho reletiva, não acredito que por vender uma vidinha esteja sendo aético ou antiético.
ResponderExcluirReferente a sensação de ver o nascimento também acho muito bonito, é emocionante aquelas coisinhas lindas.
Abraaços
Opa, opa, opa. Vou te contar uma história extremamente pessoal. Eu trabalhava numa escola aos finais de semana; as minhas cachorras estavam no cil, moro numa cidade onde têm diversos exemplares canino abandonados ou já nascido na rua. Minha casa ficou abarrotada de cachorros na frente, um dia fui trabalhar na escola, o vira-lata me seguiu até o local (fica três quilometros de casa), a escola fica aberta para comunidade, ele entrou comigo e ficou o domingo inteiro ao meu lado, trabalhei minhas seis horas, fui pra minha casa, o cara me seguiu, atravessou avenidas, enfim enfrentou uma grande caminhada numa periferia opressora, lado a lado com este pobre idiota e mercenário. Cheguei em casa, abri o portão e disse pra ele "esta é sua casa meu caro". Agora te falo, isso me faz melhor que alguém, não, não faz de forma alguma.
ResponderExcluirExiste apenas dois mundos: O mundo que sonho e o mundo que vivo. Tudo que você falou é extremente tocante e bonito, mas apenas eu sei da minha realidade para vendê-los.
8 de dezembro de 2010 13:19