O tempo todo ouço pessoas dizendo, põe na mão de Deus, mas, Deus, eu tenho mãos.
Matar-se não deve ser visto como um ato de covardia, ele é uma faca de dois gumes. Você pode ser covarde por querer escapar dos problemas, mas precisa de extrema coragem para encarar o desconhecido. No final, o que todos queremos é o alívio. É como pôr uma simples questão de desenho animado diante de si: Renda-se agora ou prepare-se para lutar. Você escolhe lutar, para estender nosso poder às estrelas, mas acaba rendido porque as estrelas estão longe demais. Cada pessoa tem uma razão pra fazer isso. E pra nós que nunca vivemos um milésimo dos problemas do mundo é fácil sentir dó. Pessoas têm distúrbios, problemas, são emocionalmente fracas.
Você não pediu para estar aqui, então se não quiser ficar, pode sair a qualquer momento. Sartre dizia que somos reféns da nossa própria liberdade, mas se somos reféns, como podemos ser livres? Nós somos prisioneiros de nós mesmos, não da liberdade; esta está presente apenas nas coisas pequenas e aparentes, mas na minha essência quem posso ser além de mim? E se eu não sou eu, gostaria de descobrir quem sou; e nessa busca interminável talvez encontrar outra(s) pessoa(s).
Talvez seja melhor para um casal de filhos ter um pai ausente do que ver um pai agonizando e não poder fazer nada. Eu disse talvez, porque não sei nem posso saber. Seria egoísmo da parte dele querer abandonar a família, mas também seria egoísmo da família não querer abandoná-lo.
As pessoas têm medo da própria alma, e, guiadas por sua fraqueza acabam por incompreender e subjugar quem mais precisa de compreensão e quem menos precisa de julgamento. A morte não deve ser encarada como algo negativo, seja qual for a sua crença do que aconteça depois dela, mas como uma parte da vida, o ponto final da nossa viagem errante na rodovia do mundo.
Mas por um lado é bom que a vida não tenha nenhum objetivo. Se ela tivesse, nós apenas o cumpriríamos e pronto, nada teria mais graça. É melhor assim, sem rumo, sem razão, sem sentido; só vivendo e vendo morrer, e assim sucessivamente até o fim de nossas consciências. E até quanto a isso não podemos estar certos. O conhecimento pleno é algo inalcançável a nós. E assim deve ser. Seríamos mais felizes se não soubéssemos, mas espera, não sabemos.
Eu estive em contato com uma pessoa que desejava se matar. Ela estava em depressão e todos os seus rancores guardados e traumas de infância estavam à tona. Diversas vezes ela saia de casa e era encontrada horas depois, no meio do mato, chorando à beira de algum córrego ou apenas andando.
Sempre aparecem os místicos, pessoas dizendo que têm a salvação ou libertação, como dizem, naquele vocabulário que eles nem mesmo têm a capacidade de modificar.
E depois de um tempo você vê aquela pessoa, tomando remédios, mas você não é capaz de reconhecê-la, ela não está mais ali. Tem um ar cansado, menos brilho nos olhos, menos tudo. Nesses momentos você pensa em como o nosso sistema oprime, como se a vida fosse absoluta e qualquer coisa feita para interrompê-la, um mal sem precedentes. É esse o verdadeiro mal estar na "cinilização".
É, rapaz, a vida é muito mais complexa do que você pensa. E nesse emaranhado de medicamentos, fibras óticas, crucifixos, plástico e suicidas, estamos nós.
Você não pediu para estar aqui, então se não quiser ficar, pode sair a qualquer momento. Sartre dizia que somos reféns da nossa própria liberdade, mas se somos reféns, como podemos ser livres? Nós somos prisioneiros de nós mesmos, não da liberdade; esta está presente apenas nas coisas pequenas e aparentes, mas na minha essência quem posso ser além de mim? E se eu não sou eu, gostaria de descobrir quem sou; e nessa busca interminável talvez encontrar outra(s) pessoa(s).
Talvez seja melhor para um casal de filhos ter um pai ausente do que ver um pai agonizando e não poder fazer nada. Eu disse talvez, porque não sei nem posso saber. Seria egoísmo da parte dele querer abandonar a família, mas também seria egoísmo da família não querer abandoná-lo.
As pessoas têm medo da própria alma, e, guiadas por sua fraqueza acabam por incompreender e subjugar quem mais precisa de compreensão e quem menos precisa de julgamento. A morte não deve ser encarada como algo negativo, seja qual for a sua crença do que aconteça depois dela, mas como uma parte da vida, o ponto final da nossa viagem errante na rodovia do mundo.
Mas por um lado é bom que a vida não tenha nenhum objetivo. Se ela tivesse, nós apenas o cumpriríamos e pronto, nada teria mais graça. É melhor assim, sem rumo, sem razão, sem sentido; só vivendo e vendo morrer, e assim sucessivamente até o fim de nossas consciências. E até quanto a isso não podemos estar certos. O conhecimento pleno é algo inalcançável a nós. E assim deve ser. Seríamos mais felizes se não soubéssemos, mas espera, não sabemos.
Eu estive em contato com uma pessoa que desejava se matar. Ela estava em depressão e todos os seus rancores guardados e traumas de infância estavam à tona. Diversas vezes ela saia de casa e era encontrada horas depois, no meio do mato, chorando à beira de algum córrego ou apenas andando.
Sempre aparecem os místicos, pessoas dizendo que têm a salvação ou libertação, como dizem, naquele vocabulário que eles nem mesmo têm a capacidade de modificar.
E depois de um tempo você vê aquela pessoa, tomando remédios, mas você não é capaz de reconhecê-la, ela não está mais ali. Tem um ar cansado, menos brilho nos olhos, menos tudo. Nesses momentos você pensa em como o nosso sistema oprime, como se a vida fosse absoluta e qualquer coisa feita para interrompê-la, um mal sem precedentes. É esse o verdadeiro mal estar na "cinilização".
É, rapaz, a vida é muito mais complexa do que você pensa. E nesse emaranhado de medicamentos, fibras óticas, crucifixos, plástico e suicidas, estamos nós.