3.3.11

Lições de cinema, teatro e de vida

Sugiro que vejam o filme primeiro antes de ler o comentário, se não quiserem ter suas visões infectadas pela minha opinião. Seria bom também se pudessem ver em alta definição. Porque Paulo se orgulha ao máximo de ter "a câmera em que foi gravada o último episódio de House", e pra ver também que uma câmera fotógrafica profissional, quando bem usada, pode servir para algo além de apenas tirar fotos. E que cíume que ele tem disso. Quando estávamos filmando um videoclipe prum trabalho de Produção de Texto, era só nublar o tempo que ele já ficava todo sensibilizado. Sem mais delongas, bom curta. Se preferirem podem ler antes também, ou não ver o filme, ou nem ver nem ler, enfim, como quiserem. O meu leiaute está muito desatualizado e por falta de disposição e disponibilidade eu ainda não o renovei, enfim, a incorporação do vídeo não coube, então cliquem aqui pra vê-lo no YouTube



Eu posso ser muito suspeito por ser amigo do diretor, e por já ter trabalhado com ele e participado do seu crescimento. Mas esse filme é uma obra de arte. Ele pode parecer meio estranho e incomum, e realmente é. Ele é baseado livremente num poema, e seria possível ser mais fiel? O curta é exatamente isso, uma poesia, altamente subjetivo, com cenas em verso. E não são versos decassílabos ou qualquer outra coisa clássica, e sim contemporâneos, desprezando por exemplo o tempo cronológico e outros pormenores. Ele precisa ser interpretado e sentido. Um roteiro muito bom, fotografia quase impecável e trilha sonora adequada. Só notei um problema de verossimilhança, na cena em que a menina sai do banho e está seca demais. Quanto ao resto, pra mim, brilha. E outra, acho um efeito visual incrível mulheres bonitas fumando e sou fã de detalhismos, preciso falar mais?

E em 2011 A Cartomante completa 3 anos. Se já viu, veja de novo, se ainda não, eis a oportunidade de ver os primórdios de Paulo Henrique Paulino. Primórdios com ressalvas, porque já foi mais primórdio que isso. Obviamente quando eu vejo ele hoje, noto muitos problemas no meu roteiro adaptado, principalmente em relação à naturalidade dos diálogos. Mas como isso foi um trabalho de escola quando tínhamos 15 anos e Paulo, 17, não sei, acho que dá pra dar um desconto. O legal é que se você der uma pesquisada no You Tube, vai ver que o nosso filme é vídeo em destaque e vai encontrar alguns outros que foram claramente influenciados por ele, às vezes a coisa beira o plágio, mas dá um certo orgulho saber que somos referência no assunto. Na época a nossa professora de Literatura Brasileira e de Produção de Texto sempre nos deu muita liberdade e autonomia pra fazer os trabalhos e isso era muito bom. No ano seguinte eu tive minha primeira grande experiência no teatro amador, quando adaptei e dirigi uma peça baseada em outro conto de Machado de Assis. Eu escolhia os textos dele porque eram muito fáceis de adaptar, além de serem bons. E nossa autonomia era realmente literal, fizemos tudo sozinhos, como driblar a precariedade do anfiteatro da nossa escola por exemplo. Tivemos muita sorte. Agora que o ensino médio acabou e não vai ter mais trabalho de peça e filminho vou sentir muita saudade, porque nos divertíamos muito e aprendíamos além de tudo. A escola pra mim foi isso, a cultivação de experiência, conhecimento, e sobretudo carinho e muita amizade.

A CARTOMANTE from Paulo Henrique Paulino on Vimeo.

3º ano apresenta: A Igreja do Diabo, a redenção virá para todos

2 comentários:

  1. Comentário que fiz no vídeo no youtube:

    "Parabéns, muito bom!
    Via o release no O Hodierno • ° do Caio Paranhos e corri para conferir.
    O Caio não exagerou nos elogios, muito bom mesmo!"

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  2. ótimo mesmo :D
    o primeiro eu já tinha visto ;)

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