O tema do dia de hoje é pleonasmo, redundância, tautologia, ou seja lá o nome que você dá ao uso enfático de expressões e termos óbvios, ditos desnecessários por muitos. Como a língua é uma das minhas paixões, além, é claro, dos livros, da internet, do pão da alegria e do sanduíche de boceta; eu gostaria de falar sobre o tema, não com a propriedade de um estudioso, nem mesmo de um estudante, mas com o interesse e a leiguice de um curioso.
Alguns pleonasmos realmente devem ser evitados. Na verdade, o máximo que pudermos em situações cotidianas e expressões triviais, mas eu conheço um bom uso para eles, justificável o bastante pra calar qualquer pseudointelectual de merda que segue as dicas do professor Pasquale e acha que manja tudo de português: a ênfase. Sim, comandante, expressões tautológicas expressam nada mais ou menos que ênfase, autoafirmação, necessidade de salientar qualquer fato ou informação, chamar a atenção do ouvinte; muito menos que descuido com o idioma ou falta de leitura de manuais baratos de gramática.
Lembro quando eu jogava Harry Potter em português lusitano e o Rony fugindo de uma aranha, gritava: "Ela me viu a mim!", ou da expressão espanhola "a mí me gusta", totalmente correta e inclusive mais formal do que dizer apenas me gusta. Brasileiro tem mania de querer ser mais sabido do que realmente é, já vemos aí muitos com medo de dizer "risco de vida" achando que é erro, o que é, infelizmente, reforçado pelos gramáticos vernaculares da imprensa. A língua é muito mais que decorar regrinhas, galero.
Até mais, nos vemos por aí. Em cima ou embaixo.