28.9.11

Ops! Copiei

Na minha pesquisa sobre aberturas de telenovela, pro meu projeto da faculdade, notei uma intertextualidade entre a abertura de Deus nos Acuda e o clipe You Only Live Once dos Strokes. Não faço a mínima ideia se é intencional ou não, mas que é parecido é. Se bem que há aquelas ideias que todo o mundo tem, o lugar-comum da criatividade. De qualquer forma, é interessante observar. 


Alguém abre o ralo pros Strokes?

22.9.11

Porque não dá pra subir pra baixo

O tema do dia de hoje é pleonasmo, redundância, tautologia, ou seja lá o nome que você dá ao uso enfático de expressões e termos óbvios, ditos desnecessários por muitos. Como a língua é uma das minhas paixões, além, é claro, dos livros, da internet, do pão da alegria e do sanduíche de boceta; eu gostaria de falar sobre o tema, não com a propriedade de um estudioso, nem mesmo de um estudante, mas com o interesse e a leiguice de um curioso. 
Alguns pleonasmos realmente devem ser evitados. Na verdade, o máximo que pudermos em situações cotidianas e expressões triviais, mas eu conheço um bom uso para eles, justificável o bastante pra calar qualquer pseudointelectual de merda que segue as dicas do professor Pasquale e acha que manja tudo de português: a ênfase. Sim, comandante, expressões tautológicas expressam nada mais ou menos que ênfase, autoafirmação, necessidade de salientar qualquer fato ou informação, chamar a atenção do ouvinte; muito menos que descuido com o idioma ou falta de leitura de manuais baratos de gramática.
Lembro quando eu jogava Harry Potter em português lusitano e o Rony fugindo de uma aranha, gritava: "Ela me viu a mim!", ou da expressão espanhola "a mí me gusta", totalmente correta e inclusive mais formal do que dizer apenas me gusta. Brasileiro tem mania de querer ser mais sabido do que realmente é, já vemos aí muitos com medo de dizer "risco de vida" achando que é erro, o que é, infelizmente, reforçado pelos gramáticos vernaculares da imprensa. A língua é muito mais que decorar regrinhas, galero.


Até mais, nos vemos por aí. Em cima ou embaixo.

16.9.11

o sapato é da mãe dela

sei não, sabe. ultimamente eu tô mó na dúvida. como cê tá, velho? tranquilão. tranquilão eu tô, né, por fora da casca dura da baratinha. tudo bem que eu queria muito ter sete saias de filó, mas o que mais me frustra mesmo é que eu não sou um colírio capricho. eu digo pra minha mãe que preciso de dinheiro, ela diz, pede o seu pai, eu peço o meu pai, ele diz, espera semana que vem. eu digo, mãe, agora eu sou bolsista de extensão, vou trabalhar com podcast, tipo rádio na internet, vou dar oficinas pra jovens de escolas públicas do vale do jequitinhonha, ela fica feliz, mais do que eu até. nunca fui muito bom em exteriorizar minhas emoções. ponto pra pedrinha. aí eu tô ouvindo funk no carro e recebo uma mensagem que me deixa meio lá meio cá, sei lá, algumas pessoas não tem muita noção do que escrevem, você não sabe o que aquilo quis dizer, ou talvez tenham até noção demais. demais. porra, tá tocando valesca popozuda, aumenta o volume aí. eu não quero ficar aqui não, eu quero ir pra casa. velho, você tem que conhecer o amigo da paulinha, o dan, ele é muito gente boa. ah, depois vocês me apresentam. putz, eu tava na aula viajando, escrevi umas coisas meio cabulosas em espanhol no meu corpo. tengo ganas de ser aire, y me respires para siempre. olha eu aí, tenho o estranho gosto do clichê romântico nessa língua, acho digno. tá bom o negócio aí, mas tá tarde, eu vou ter que ir, falou, galera, a gente se esbarra. é que é muito difícil mexer com essas coisas, é melhor nem procurar, sabe. acho que pelo menos um anel de formatura eu mereço. quem sabe até um sapato de fivela? tamo aí.

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