sei não, sabe. ultimamente eu tô mó na dúvida. como cê tá, velho? tranquilão. tranquilão eu tô, né, por fora da casca dura da baratinha. tudo bem que eu queria muito ter sete saias de filó, mas o que mais me frustra mesmo é que eu não sou um colírio capricho. eu digo pra minha mãe que preciso de dinheiro, ela diz, pede o seu pai, eu peço o meu pai, ele diz, espera semana que vem. eu digo, mãe, agora eu sou bolsista de extensão, vou trabalhar com podcast, tipo rádio na internet, vou dar oficinas pra jovens de escolas públicas do vale do jequitinhonha, ela fica feliz, mais do que eu até. nunca fui muito bom em exteriorizar minhas emoções. ponto pra pedrinha. aí eu tô ouvindo funk no carro e recebo uma mensagem que me deixa meio lá meio cá, sei lá, algumas pessoas não tem muita noção do que escrevem, você não sabe o que aquilo quis dizer, ou talvez tenham até noção demais. demais. porra, tá tocando valesca popozuda, aumenta o volume aí. eu não quero ficar aqui não, eu quero ir pra casa. velho, você tem que conhecer o amigo da paulinha, o dan, ele é muito gente boa. ah, depois vocês me apresentam. putz, eu tava na aula viajando, escrevi umas coisas meio cabulosas em espanhol no meu corpo. tengo ganas de ser aire, y me respires para siempre. olha eu aí, tenho o estranho gosto do clichê romântico nessa língua, acho digno. tá bom o negócio aí, mas tá tarde, eu vou ter que ir, falou, galera, a gente se esbarra. é que é muito difícil mexer com essas coisas, é melhor nem procurar, sabe. acho que pelo menos um anel de formatura eu mereço. quem sabe até um sapato de fivela? tamo aí.

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