25.6.12

Em que consiste a "aventura epistemológica" de Jesús Martín-Barbero?

Se quiser falar de amor, fale com o Marcinho. Vou te lambuzar, te encher de carinho.

Jesús Martín-Barbero considerava o receptor como totalmente ativo nos processos comunicacionais. O sentido não está no produto, mas sim na relação da produção com o receptor. Ou melhor, em suas relações. Sua aventura epistemológica foi, sobretudo, fazer uma teoria adequada ao contexto cultural, político e histórico da América Latina. E a partir disso ele trata de questões como o massivo e a cultura popular. A América Latina é, por excelência, extremamente mestiça, e é nessa mestiçagem que estão embasadas suas culturas. Os produtos chegam até o povo, ou até nós, e encontramos maneiras de nos apropriar disso, e aí entram as mediações e as brechas. A construção de sentido através da recepção leva em conta a institucionalidade, relações com os gêneros, marcadores como classe social, classe econômica, religião e até mesmo o lugar onde a TV se encontra na casa, por exemplo, e com quem se assiste. Além disso, as pessoas encontram nas mediações maneiras de fazer com que suas tradições populares culturais entrem no massivo, naquilo que é produzido por uma cultura hegemônica para eles. A dublagem de filmes e programas estrangeiros seria um exemplo disso, que logicamente vai muito além. A identificação étnica com personagens de telenovela, a maneira como as pessoas veem televisão, o que assistem, por quê e como se apropriam disso também são exemplos dessas relações. Mas Martín-Barbero não considera apenas o momento da recepção, mas também o que vem antes e depois dele. O que passou na TV ontem é a pauta de muitas conversas de hoje, além nas influências no consumo que isso traz. Enfim, Martín-Barbero se aventurou ao trazer o povo à tona, fazendo com que os processos de recepção sejam tão importantes ou ainda mais que os processos de produção. Para nossa alegria.

18.6.12

As melhores pesquisas no cata-corno Google

É nas estatísticas que eu vejo que ninguém me lê.

pessoas que querem ser amigas do thalisson de jaboticaba no orkut
Se for add, deixa scrap.

cidade ideal dos rebeldes
Antes era a Cidade do México, agora é São Paulo.

atores travestidos
Crossdressing é a tendência do inverno.

posno prase aca lukas
Realmente.

como a mídia vende produtos massificados
Olha o produto massificado! Tá barato! A dona vai querer?

uma redação falando sobre minhas férias
Cibercola.

sexo toba guei
Discípulo do Pasquale.

blog meu professor de história
Não é esse.

descrição masturbação
Três letras: Fap

a murta que geme
Com a masturbação acima

vida de macho
Não dou pinta de macho, mas todos desconfiam que eu sou.

sexo artístico
É aquele que você faz ouvindo Bach ou o gemido da murta.

14.6.12

Cão de mel

Ele não é doce mas queria ser. Ele tem sono mas não quer dormir. O buraco é mais embaixo, Totó. Hoje ele contou pro seu amigo que descobriu coisas terríveis. Coitado do cachorro, se preocupou à toa. O que ele descobriu não é terrível, só é desconfortável, como ele mesmo diz. É desconfortável se aventurar, ousar, descobrir, sair do sofá. E ele não tá falando daquele povo tosco que manda você desligar a tevê e despregar o cu do sofá. Não. Mudar de canal já é desconfortável. É desconfortável entrar também, dentro de si mesmo, buscando aquilo que nem você sabe onde tá, só sabe que tá em você. 
A língua dele tá queimada "do próprio veneno", disse outro cão que queria ser cadela. Ele é ácido mas não queria ser. "O controle dos esfíncteres está ligado ao medo", disse a maior cadela de todas. Por isso mijar de medo faz sentido. "Descobri outro ponto: imitar o outro para ser amado", continuou latindo. E o outro cão aqui só ouvindo, e rosnando baixinho. A formação reativa do outro cachorro não despiora o caralho que for que você use pra se defender. Para de racionalizar, porque o buraco é mais embaixo, Rex. Muito mais. Aquela moça, daquele programa, disse que se você não se ama, dificilmente vai ser amado por muito tempo pelos outros. Com licença, Luciana, mas eu acho que é fácil falar. Qual foi a outra coisa mesmo que a cadela disse? Enfim, algo a ver com essa coisa dos medos da chuva. Por que nunca aprendi a dançar forró?
Nós não nascemos pra morrer, comandante, nascemos pra viver. A morte só tá no fim, mas qualquer outra coisa podia estar lá. Ela queria estar no fim, e está mesmo.
Pelo menos tem alguém conformado nessa porra toda.

Conrado, Caio, Pri e em breve Cris 

7.6.12

Abandonados cães

Esse cão confuso... Muito mais preocupado com sua cachorrice do que com o que fazer com ela. O que ele arrumou dessa vez? Latiu, uivou, estava no cio (como sempre, todos já sabem), mas isso é só o trivial. O que ele arrumou de verdade? Quem vai dizer? Ele, por suposto, não vai, porque ele é um cão e não fala português. Alguns dizem que ele entende melhor o inglês, mas ainda não é capaz de dizer how much it hates you. É it, meu amigo, porque sim, ele é mesmo um cão. Mas o que aconteceu com ele? Por que odiar, ele não era o cão do amor, o cão que não mordia e ainda ensinava a afagar? Bem... é que ele não sabe mais. Ele nunca sabe de nada, não é? Ele quis amar, ele encontrou aquele tapete, ele foi adotado, mas... É. Não adiantou. Yo me propongo ser de ti, una víctima casi perfecta. Castelhano ele também não fala. O que acontece quando dois cães entram no cio? Eu acho que ele tava no lugar errado, na hora errada, com o cão certo. Isso se é que existe um cão certo, mas ele estava numa posição errada. O dono dele ainda paga caro naquela psicóloga de cachorro... Todos os caras, todas as meninas, tudo o que importa no mundo.
Importa?

Conrado Miguel, au-au
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