eu sempre olho pela janela. não preciso de uma vista nem espero ver nada em especial; abro a janela pra tomar um vento ou pra pensar sobre qualquer coisa, geralmente nada. vejo o vizinho velhinho almoçando sozinho na mesa de plástico, vejo o outro tirando o lixo de madrugada, vejo homens jogando futebol, carros na avenida, pássaros nas árvores. já vi outras coisas por outras janelas e já tive janelas em que não via muita coisa.
não procuro nada abrindo a janela. nada além de uma pausa, um respiro, um suspiro, uma distração ou espiada qualquer.
abro a minha janela pelas janelas que abro.
para que entre a luz do sol e o ar da manhã.
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