Estou sentado na varanda lendo o meu livro. Gosto de lá porque é mais fresco, a brisa é sempre agradável para uma leitura. Refresca a mente. Desvio o olhar do livro e vejo o meu irmão do outro lado da varanda. Malhando. Certamente ele também gosta da brisa, pra refrescar o corpo.
Assim que ele pousa os halteres no chão nossos olhares se cruzam. Era impossível isso acontecer antes; a força que ele fazia não permitia que os seus olhos focassem em nada. Ele olha pro meu livro, eu olho pros pesos, que coisa estranha que me deu, essa vontade de experimentar. Acho que ele também sentiu isso, porque quando me dei por conta, estava com os halteres aos meus pés e ele estava com o livro aberto na primeira página.
-- Bem-vindo ao mundo dos corpos, ele disse.
-- Bem-vindo ao mundo das ideias.
Mas quando tentei levantar os pesos, meus músculos hipotrofiados não permitiram. E percebi pela cara confusa dele, que a sua mente desacostumada não conseguia entender o que lia.
Um pouco envergonhados, voltamos cada qual pras suas atividades, os nossos habitats.
Sabemos que não precisa ser assim, não tem que haver essa separação, como se corpo e mente fossem coisas independentes. E nesse caso as coisas são gradativas, mas de que adianta, se eu faço e não gosto, se ele tenta e não consegue? Talvez isso nem importe. Entre músculos e cérebros eu fico comigo mesmo.
Assim que ele pousa os halteres no chão nossos olhares se cruzam. Era impossível isso acontecer antes; a força que ele fazia não permitia que os seus olhos focassem em nada. Ele olha pro meu livro, eu olho pros pesos, que coisa estranha que me deu, essa vontade de experimentar. Acho que ele também sentiu isso, porque quando me dei por conta, estava com os halteres aos meus pés e ele estava com o livro aberto na primeira página.
-- Bem-vindo ao mundo dos corpos, ele disse.
-- Bem-vindo ao mundo das ideias.
Mas quando tentei levantar os pesos, meus músculos hipotrofiados não permitiram. E percebi pela cara confusa dele, que a sua mente desacostumada não conseguia entender o que lia.
Um pouco envergonhados, voltamos cada qual pras suas atividades, os nossos habitats.
Sabemos que não precisa ser assim, não tem que haver essa separação, como se corpo e mente fossem coisas independentes. E nesse caso as coisas são gradativas, mas de que adianta, se eu faço e não gosto, se ele tenta e não consegue? Talvez isso nem importe. Entre músculos e cérebros eu fico comigo mesmo.
Conrado Miguel
kkkk
ResponderExcluirri muito....
nem pegava naqueles alteres ¬_¬
Que texto legal, Caio. Só não entendi se foi voc~E que escreveu, por causa da assinatua no final dele...
ResponderExcluirEhr...Bom, não devia existir essa divisão...
ResponderExcluirPode ser até senso comum. Pode ser que eu esteja generalizando[de repente]. Mas, as pessoas que se preocupam em obter conhecimento [sim, essas pessoas existem] não se preocupam em ter um corpo atlético. Acho que, no final das contas, alguns fazem isso para se exibir. Para se encaixarem em um paradigma que a sociedade impôs. (Tudo pela beleza).
É o que acho
E tenha boa tarde, Caio
o/
ahsuauhs
ResponderExcluirEu fico com o cérebro e alguma arte marcial. =)
Adorei.
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