21.5.11

Caro diário,

Hoje eu tomei uma decisão. Eu estava tentando dormir há pouco, acho que consegui e sonhei até. Estou cansado, cheguei em casa tarde e não dormi muito, nem bem. A noite foi estupenda, não reclamo de nada. O motivo que me traz aqui é outro. A decisão que eu tomei foi a de parar de escrever no meu blog. Pelo menos por enquanto, não sei o que eu sinto direito, minha vida sofreu uma reviravolta nos últimos tempos, não reclamo outra vez, pelo contrário, mas talvez a forma como eu tenho absorvido isso e uma série de outros fatores daquela ordem clássica e diversa me levam a repensar se o meu papel lá tem sido sincero. Pois não quero representar, isso é a última coisa que eu jamais ia querer, por isso sei a hora de parar. Eu digo parar, e isso pode soar definitivo, mas saiba que não é, eu nunca vou abandonar aquilo. Eu não sei onde o meu blog vai me levar, ou até onde ele me trouxe, e é por respeito e consideração a ele eu quero que nossa relação seja a melhor e mais natural possível. Infelizmente abandoná-lo significa abandonar os blogs dos meus amigos também. Pra mim significa, eu não sei separar as coisas. Eu não ia conseguir ser apenas um leitor passivo nessa relação, ia me sentir profundamente incomodado e insatisfeito. Espero que eles compreendam. Não vai ser a primeira vez nem a última que eu faço isso. Sei que quando voltar não serei mais o mesmo. Agora mesmo já não sou, o mesmo de ontem, nem de amanhã, nem de nunca. Por via das dúvidas a caixa de e-mails vai estar sempre aberta.
Até sempre, comandante.

8.5.11

De carroça à Bahia

Eu passei o último feriado na Bahia. Eu precisava da Bahia. A Bahia é demais. E não digo só cidades costeiras e pontos turísticos, também é bom conhecer a real Bahia. Já fiz um pequeno tur pelo sertão, foi incrivelmente interessante. Dessa vez eu estava numa cidade até então desconhecida, Nova Viçosa. And what about the old one?
Costa Sul. Cidade pequena e tranquila. Um fuga das praias cheias e badaladas de Porto Seguro, a cidade mais procurada da região. Eu passava os dias na praia, e as noites na praia, vendo as estrelas cair. Uma delas se desfragmentou logo acima da minha cabeça, eu fiquei até com medo quando vi aquela bola luminosa se aproximando. Devia ser das grandes.
Aquilo pra mim era um paraíso. Sempre curti muito a tranquilidade e o bucolismo, e agora que vivo numa metrópole, curti ao cubo.
Tinha um garotinho lá, ele tinha 8 anos, se me lembro. Dizendo que não gostava da cidade. Ele morava na beira da praia, entrava no mar todo dia, e via as baleias no meio do ano.
-- Não gosta o quê, cara pálida? Você vive num paraíso.
Mas é isso, a gente tem uma tendência a supervalorizar o que não possui. A velha história da grama do vizinho ser mais verde. Eu sei bem disso, já fiz isso. Depois você desilude, tudo tem seu lado bom e ruim, é só saber aproveitar os dois.

1.5.11

Carta Recortada

Belo Horizonte, 4 e 5 de abril de 2011

Jane,

Escrevo da cantina da fafich. Calouro típico. Paciência. Necessito usar meu mapa pra andar pelo campus. Do ICB à Escola de Belas Artes, depois dei a volta passando pela Imprensa Universitária. Ou uma máquina antiga de café.
Às bibliotecas. Laboratório de computadores daqui, mas não me sinto muito à vontade. À biblioteca da Face (24h) irei quando estiver com uma insônia maior que a habitual.
Manuela Carneiro. Não sei o que fui caçar lá, só tinha estudante de antropologia. Uma mocinha da Califórnia.
Estudos sobre Nietzsche. Como um hobby.
Reuniões do ComuniCA. Vinho e cachaça de graça, por que você acha que eu estou indo?
Eu tenho medo que ele caia na minha cabeça. Ele treme, é sério. Escola de Engenharia, por favor.
-- E aí, Tamy (escreve assim?) Gretchen, como você está? E o que a mamãe achou daquele ensaio que você fez, hem?
16 quadras. Um sonho de liberdade. Orgulho e preconceito, A Viagem de Chihiro e Amélie Poulin. Última parada 174; Vermelho como o céu, Madame Bovary, Dez, Saneamento Básico - o filme. Erico Verissimo e exatamente o contrário do que acontece em Vidas Secas. O Retrato de Dorian Gray.
As minhas férias foram longas demais e tinha um agravante, eu não sabia quando iam terminar. Juiz de Fora. A cidade deve possuir a maior população fluminense fora do Rio de Janeiro. Fora que eu teria de ir pra Brasília. Se o trânsito belo-horizontino já me deprime imagina o paulistano. Uma tentativa clara de tapar o sol com a peneira.
Rubim e Almenara. Depois fui pra roça de vovó no Jeribá. Gosto muito de ir pra lá porque não tem energia elétrica. É absolutamente encantador tirar férias da civilização É, mocinha, o buraco é mais embaixo.
Parti pra Montes Claros. Aliás, a minha primeira refeição lá foi um peixe com gosto de pequi. O que está da guarita pra fora não faz parte da sua vida naquele universinho particular, e se o seu dinheiro pode pagar um lugar que mais parece um hotel pra morar, o que te importa isso afinal?
Pra casa. No caminho abra os vidros. Essa vida de cão. A gente se sentir menos especial. Eis o espírito beaguense.
Finalizar, termino. Um abraço.
Seu,
Caio

P.S.: Espero que goste do animê, o final não me agrada.
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