24.10.13

¡Qué chimba de parche! - Capítulo 3 - San Bernardo del Viento

Chegamos e os meninos já nos esperavam lá. San Bernardo del Viento é uma cidadezinha na costa, mas a praia fica a sete quilômetros da cidade. Estávamos numa comunidade que fica à beira da praia. A vida lá era muito simples e bonita. Rural, tinha vacas, galinhas, hortas. Tinha eletricidade, mas era usada basicamente para iluminar e (às vezes) ligar um refrigerador ou outro. Os fogões eram à lenha. A água era de chuva. Tudo muito simples e isso me fascinou demais. Ver como aquela gente vivia tão bem, parecia tão feliz com tão pouco. Mas é claro que eu só pude perceber isso no dia seguinte. Chegamos à noite, compramos umas coisinhas na vendinha do senhor Ariel, e fomos pra nossa cabana. 

Não era nada além de uma construção em madeira, com dois pisos e teto de palha de palmeira. Uma das nossas instalações mais cômodas em toda a viagem. No escuro organizamos mais ou menos nossas coisas e fomos pra praia. Antes discutimos se iríamos ou não, porque vinha uma chuva e Ariel disse que sim, choveria. No final fomos e ficamos de decidir lá se voltaríamos ou dormiríamos nas barracas na praia.

Andamos mais de dez e menos de quinze minutos para chegar à praia. Não tinha nenhum tipo de pavimentação o caminho. E lá estava ele, o Caribe. Para Valeria, que estava conosco, era a primeira vez que via o mar, e ela dizia o tempo todo que era mágico. Apesar de não estar cheia, a lua iluminava muito, e com o seu reflexo no mar realmente não havia outra palavra pra descrever aquele momento senão mágico.
De repente todos estávamos no mar, nus. Essas são coisas que devemos fazer: loucuras da juventude. Você com quarenta faria? A água parecia de uma piscina climatizada, era quente, mais quente que o ar e a terra, quente que dava vontade de ficar. Nadamos por pouco tempo, não saberia dizer quanto. Valeria não teve coragem de entrar e ficou só na beirinha, eu fiquei sentado com ela por um tempo.

Saí do mar também porque ventava muito e relampejava lá longe. Fiquei com medo de chover e levei todas as nossas coisas para uma cabana vazia perto de onde estávamos. Me vesti e tentei mais ou menos organizar minhas coisas pra ir embora. Metade do grupo não estava com a mínima vontade de ir. Então fomos só eu, Valeria e Kaori. 

Dormimos no chão mesmo, as meninas sobre seus sacos de dormir e eu sobre meu edredom. Eu estava estressado pelo desconforto da viagem e não me sentia tão integrado com o grupo. No final era tudo o contrário. Mas era a primeira vez que eu fazia uma viagem desse tipo, primeira vez que eu acampava, e também estava passando por umas tremendas crises de saudade que às vezes me dão. Então não era fácil.

Dormimos e a chuva veio. O teto da cabana não era perfeito, e pela segunda vez, num dia consecutivo, me molhei. Sorte que dessa vez não foi tanto.

nosso hotel 5 estrelas

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